Hoje em dia, os vírus de computador são como invasores mal-intencionados, causando estragos sérios nos sistemas ao roubar informações pessoais e senhas. Mas, lá atrás, cerca de 40 anos atrás, um estudante inventou um dos primeiros malwares digitais, o Elk Cloner, em 1982. Ele não tinha intenções maliciosas, apenas queria brincar e mexer com as pessoas ao seu redor. Embora o Creeper tenha surgido primeiro em 1971, o Elk Cloner é lembrado como o pioneiro em se espalhar em grande escala.
UM VÍRUS SORRATEIRO
Vamos falar sobre o Elk Cloner, um vírus de computador que causou um pouco de confusão lá pelos anos 80. Foi criado por um jovem chamado Rich Skrenta, que na época tinha apenas 15 anos. Rich era conhecido por criar jogos, mas decidiu fazer algo diferente: um vírus. Não foi por maldade, mas mais para pregar uma peça nas pessoas que sempre o pressionavam por novos programas.
O Elk Cloner era projetado para se esconder nos computadores Apple II, que eram muito populares naquela época. Ele se disfarçava como um programa inofensivo, mas quando era ativado, começava a se espalhar sorrateiramente pelos disquetes infectados. Foi uma forma meio travessa de dizer “oi” para o mundo da tecnologia naquela época.
O QUE O ELK CLONER CAUSAVA?
Basicamente, o Elk Cloner não causava danos reais aos sistemas. Ele se espalhava entre os computadores Apple II por meio de disquetes de 5,25 polegadas que continham o vírus escondido. Quando as pessoas usavam esses disquetes, sem saber, passavam o vírus para outros computadores. Depois que alguém usava o mesmo disquete pela 50ª vez desde que o vírus começou a se espalhar, aí sim ele se tornava visível. A tela do computador ficava preta e aparecia um poema escrito por Rich Skrenta, o criador do vírus, como uma brincadeira meio assustadora para quem estava usando o computador.
Elk Cloner:
O programa com personalidade
Ele vai ficar em todos os seus discos.
Ele vai infiltrar em seus chips.
Sim, é o Cloner!
Ele vai grudar em você como cola.
Ele vai modificar sua RAM também.
Envie o Cloner!
A história nos mostra como uma simples brincadeira acabou se transformando em um dos primeiros vírus de computador a se espalhar, mesmo sem a existência da internet na época. Skrenta, o criador do Elk Cloner, expressa um certo arrependimento por ter criado algo que se tornou tão notório, especialmente quando ele havia desenvolvido muitos outros projetos importantes para o Apple II. Ele admite que, apesar de tudo, é mais lembrado por essa “brincadeira boba”.
No entanto, ele reconhece que os vírus se tornaram uma realidade comum nos dias de hoje e que não há como voltar atrás. Ainda assim, ele encontra um pequeno consolo no fato de que, de uma forma ou de outra, os vírus teriam surgido, e ele apenas foi o primeiro a libertar esse “fantasma”.